terça-feira, 31 de maio de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Que as músicas falem por mim #13

Maio já está no final.
O que somos seríamos nós, afinal,
se já não nos vemos víssemos mais?
Estamos longe demais...
Longe demais...

Maio já está no final.
É hora de se mover
pra viver mil vezes mais.
Esqueça os meses,
esqueça os seus finais...
Esqueça os finais!

Eu preciso de alguém
sem o qual eu passe mal,
sem o qual eu não seja ninguém.
Eu preciso de alguém...

(Maio, de Kid Abelha)

Use o player abaixo para ouvir a música:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Penso, logo... #1

Saudade é um mal (ou um bem?) que a gente amarga sozinho, posto que é de dentro para fora. E só se mata deixando de estar só.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sinto muito! Ela não mora mais aqui... (reeditado)

Sonorize a leitura, usando o player abaixo:


Ela se foi. E agora, aqui, nesse vão, somos apenas eu e os escombros do que tentávamos construir. Ela reuniu alguns apetrechos numa mochila e se foi. E o pior de tudo não é, exatamente, o quanto doi. O pior de tudo é que ela se foi, inapelável e definitivamente, e, pela primeira vez, eu não pude ir com ela. Ao que parece, ela escapou por um túnel muito estreito, por onde só dava para passar um por vez. E nem seu rastro eu pude seguir.

É doloroso relembrar seus passos. Eu assisti à sua ida, ali, de perto, sem conseguir fazer nada. Eu estava praticamente inerte. Eu a vi compor sua bagagem com muita coisa que eu ainda precisaria ter comigo. Ela se foi, e levou o aconchego que agora eu peno para encontrar em outro lugar, porque, afinal, parecia exclusivo. Ela guardou nos bolsos grandes da sua mochila, a crença inabalável que eu tinha no lado bom das pessoas e a certeza que eu tinha de que vale a pena confiar.

No meio de suas arrumações, vi que ela preparou, sem tanto cuidado, um volume que deixou ao lado da mochila. Ela fez o embrulho com pouco caso, é verdade, mas eu quis acreditar que, por ter deixado fora da mochila, seria algo especial.

Ela levou consigo livros que não lemos juntos, mesmo que tenhamos prometido fazer isso. Levou músicas que não a fiz ouvir. Levou lugares que não visitamos e que ficaram ainda mais distantes da gente. Ela levou manias que tínhamos e que nos faziam sorrir risos fáceis e agora, desgraçadamente, afastados de mim.

À medida que ela ia preparando o momento da partida, eu ficava remoendo momentos idos. Alguns momentos que não vou esquecer, alguns que vou lembrar pelo resto da vida, que vão estar sempre comigo, e outros que eu preciso esquecer, para que a vida consiga seguir para mim também.

Ela foi embora e não deixou muito que me contente. Deixou gavetas vazias, peças de roupa jogadas, fotos mal reveladas e fora de foco. Deixou a mesa meio suja e uma grande vontade de não ter mais vontade de nada. Deixou também a tevê ligada no canal mais chato. Ela deixou quase todas as portas entreabertas, a exceção de uma. Ela deixou, dolorosamente, meu ouvido com certos sons, meus olhos com certas imagens, e meus passos imprecisos, como os de criança que aprende a andar - a diferença é a meta.

Ela fingiu que, antes de ir, deixaria esperança; mas, se deixou, escondeu. Ela foi e ficou o gosto amargo na boca, a ânsia de vômito, a falta de apetite, o calor, o suor e a febre. Ela foi embora, me deixou sozinho, e muita coisa suspensa: o futuro, a vida, a plenitude.

Quando ela estava saindo, ouvi um barulho em sua mochila. Acho que era o meu sorriso, ainda farto, talvez, que ela também levou. Tenho quase certeza que ela levou minha agilidade física, parte do ar dos meus pulmões, do brilho dos meus olhos, do esvoaçar dos meus cabelos quando sopra o vento - porque, afinal, desde que ela se foi, parece que até o vento não existe mais.

Ela levou a poesia, a melodia, os sinos, as borboletas, a leveza, a descontração. Ela deixou a apatia, a urgência, a pressa, a agonia. Antes de ir embora, sem que eu visse, acho que ela fez uma reforma aqui no apartamento - está tudo muito maior que antes, mais espaçoso. E ela deixou a luz do quarto apagada, mas esqueceu a do porão acesa.

Ela se foi, e algo, em sua saída, me intrigou um bocado. Organizou sua mochila, pôs nas costas, e o embrulho que fez com desprezo, desfez e levou o conteúdo na mão esquerda. E só então entendi o porquê do vazio que sinto aqui no peito e o motivo da ausência de qualquer pulsação. E é inevitável. Está muito complicado seguir em frente.

Eu sinto muito! A felicidade não mora mais aqui...

Vou fazer o que você me pediu (reeditado)

Desde que eu era bem menor do que eu me sinto agora, tenho dificuldades em contagem regressiva. Então, vai assim mesmo...

Vou começar a fingir que nada aconteceu entre a gente em um, dois, três...

Quem sabe assim, um dia, as flores deixem de existir...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Vou fazer o que você me pediu

Vou fingir que nada aconteceu entre a gente em:

398.625.264.190.186
.............................
398.625.264.190.185
........................
398.625.264.190.184
..................
398.625.264.190.183
............

Quem sabe assim, um dia, as flores deixem de existir...

sábado, 14 de maio de 2011

Que as músicas falem por mim #12

"Eu não quero mais mentir,
usar espinhos que só causam dor.
Eu não ainda enxergo mais o inferno que me atraiu.
Dos cegos do castelo me despeço e vou,
a pé, até encontrar
um caminho, o lugar
pro que eu sou.

Eu não quero mais dormir -
de olhos abertos me esquenta o sol.
Eu não espero quero que um revólver venha explodir.
Na minha testa se anunciou,
a pé, a fé. Devagar,
foge o destino do azar
que restou.

E se você puder me olhar...
E se você quiser me achar...
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar, eu cuidarei dele...
Eu vou cuidar do seu jardim.
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele...
Eu vou cuidar...
Eu cuidarei do seu jantar,
do céu e do mar, e de você e de mim..."

("Os Cegos do Castelo", de Nando Reis)

Ouça a música usando o player abaixo:

terça-feira, 3 de maio de 2011

Você é tão bonita

Eu sempre tentei enxergar o vento,
e descobrir que cores ele podia assumir.
Mas eram os seus cabelos se espalhando
que deixava tudo mais bonito.
Como no dia em que você não me viu
e eu só fiquei te olhando de longe.
Você parecia distraída, meio distante,
e seus cabelos ainda molhados balançavam...

Era tão bonito!
E você é tão bonita!
Então, não precisa me dizer como você consegue,
mas me deixe admirar mais um pouco a sua beleza.

Você parece ser a primeira menina que eu amei,
e eu ainda era apenas um garotinho de 13 anos.
Eu não sabia o que preferir num final de tarde:
se andar de bicicleta ou correr pelas calçadas.
Mas eu acho que já queria você pro resto da vida.
Porque tudo em você era tão bonito, tão suave;
e ainda é assim cada vez que eu fecho os olhos.

É tão bonito!
A vida é tão finita!
Então, não precisa me dizer como ela consegue,
mas me faça entender só um pouco a sua leveza.

Quando eu sentir saudade, por favor, entenda:
você não precisa querer voltar atrás também.
O tempo passou pela nossa janela e talvez, agora,
seja hora de ele pisar com mais força em mim.
Aqui dentro ainda existe o menino de 13 anos,
mas há também um cara de cavanhaque mal definido,
que chora e soluça na frente de um computador,
e que ainda tenta enxergar o vento,
tentando descobrir que cores ele pode assumir.

Deve ser bonito!
E você é tão bonita!
Então, não precisa me dizer como você consegue,
mas me deixe inspirar mais um pouco da sua leveza.

O nosso encontro não pode ter sido um desperdício,
nem a vida um emaranhado de tantas armadilhas,
nem o tempo um carrasco dos nossos belos sonhos.
Você, agora, passou a ter dois encontros:
com um cara de cavanhaque melhor definido,
em algum lugar do presente ou do futuro;
e com o menino de 13 anos, naquela mesma pracinha.
Os dois ansiosos por dizer que...
...que você é tão bonita!

domingo, 1 de maio de 2011

Agora, sim, eu admito: o FLAMENGO é mesmo PENTA!

Neste ano, em que muito ainda se discutiu se o FLAMENGO é PENTA ou HEXA, tenho que admitir que, enfim, de uma forma ou de outra, chegamos a um consenso: nosso MENGÃO é mesmo PENTA! Em 2011, o FLAMENGO é PENTA. Mal entramos no quinto mês do ano, e já estamos meio enfadados de gritar "É campeão!". E em 123 dias de ano, já somos PENTA. Senão vejamos.

Começamos por detonar com a garotada dos juniores. MENGÃO Campeão avassalador na Copinha. Depois, veio a confirmação (como se fosse necessário), pela malévola CBF, do título de 1987 - o título que sempre foi nosso [agora] é nosso (constatação óbvia). Em seguida, Taça Guanabara erguida tranquilamente contra o Boa Vista, depois que os outros times metidos a grandes do Rio ficaram de fora da final. E hoje, para esculachar de vez, dois títulos de uma tacada só: Campeão da Taça Rio e do Campeonato Carioca. Um, dois, três, quatro, cinco: é PENTA!

Se bem que hoje foi fácil demais. Desde o final de semana passado, quando eliminamos o Fluzinho, sabíamos que a conta estava paga, o assunto revolvido, o caixão fechado. Enfrentar o Vasquinho em finais já está, no mínimo, previsível demais, óbvio demais. Nem mais factual é, já que se antecedem as constatações.

O time do tal trem-bala da colina (ou coisa assim) até que conseguiu demonstrar uma certa organização e jogou alguns minutos como se fosse páreo pra gente. E, tecnicamente, talvez até fossem. Mas, puro ou não, eles têm sangue, e, hemofilicamente, na nossa frente, eles são cubos de gelo. O sangue deles gelou, as pernas tremeram. Eles conhecem a grandeza que estava do outro lado. E, quando deixaram a decisão ir pra marca dos 11 metros, gelaram mais ainda, porque sabiam que entre muralhas e paredões, Felipe é quase intransponível. Mas, a coisa tava tão óbvia, tão resolvida, que nosso goleiro não precisou defender um pênalti sequer. Os caras que vestem a camisa errada mandaram suas bolas pro lugar certo (para eles) e, como quem, simplesmente, faz cumprir o que já estava pré-determinado, os do MANTO balançaram a rede, sacudiram as arquibas, fizeram tremer o chão...

O MENGÃO segue imbatido, sem derrotas, campeão, assustador no Rio. Mesmo sem um time que nos dê confiança num bom Campeonato Brasileiro, até aqui deu pro gasto e lá se vão nossos queridos funcionários da Gávea quebrar a cabeça para rearranjar tanto "mimo" e conseguir espaço na nossa já tão abarrotada sala de troféus.

Agora que o Carioquinha acabou (para ser mais acertado, agora que acabamos com o Carioquinha), é foco na Copa do Brasil (e consequentemente na Libertadores de 2012) e no Brasileirão. Claro, isso depois de ainda festejar um pouquinho mais uma conquista óbvia e incontestável. Ganhar dos viceternos continua mole e, com certeza, gostoso demais.

Salve, NAÇÃO RUBRO-NEGRA, campeoníssima!