domingo, 19 de setembro de 2010

Feliz ano novo de aniversário de céu azul pra você, Lindo.

Retirado de dona_menina3.

"Cada qualquer coisa que mede tempo que passa, parece que fica mais difícil dizer alguma coisa pra Mifilho.
Só de pensar, meus olhos inventam de ser mar. Acho que pelo azul que é tão Mifilho, não é, Lindo?

Amo Mifilho e só.
Não que esse AMOR mereca um "só", mas é que é simples assim. Amo e ponto.

Pra Mifilho, que é meu irmão, meu pai, meu filho, meu crítico, meu exemplo, minha luz, meu sorriso, meu "tum", minha marca roxa nos braços, minha saudade, meus livros, minhas músicas, meu lado bom, meu eu masculino... O que a vida puder lhe oferecer de melhor. Mesmo...
Costumo desejar coisas ruins pras pessoas porque são essas coisas que tornam as pessoas grandes.
Mas, hoje, pra Mifilho, não. Porque ele já me é enormemente gigante, apesar de magrelo. ^^
Só desejo coisas boas.

Muitos sorrisos, com gargalhadas acompanhando. Muito abraço, com o braço esquerdo por cima. Muita bola rubro-negra balando a rede do gol do outro lado. Muito sol bem alaranjado na palma da mão borrando o céu azul. Muito azul... do mar, do céu antes do sol derramar sua tinta, do coração.
Muito trabalho, muita inspiração, muita força no joelho. Muita música boa, muito livro bom.
E borboletas no estômago vezinquando, pra fazer sorrir e sentir vivo.

Eu diria mais zilhões de coisas se mainha não estivesse gritando por mim ali na cozinha. E eu só vou parar agora, mesmo, porque o motivo dos gritos é nobre. Porque meu olho derrama mais uma vez só de pensar nos sorrisos de daqui a pouco.
Porque meu coração brinca de querer sair pela boca só de pensar que daqui a pouco tô nessa estrada e a cada centímetro chegando mais perto de Mifilho.

TE AMO, viu, Lindo?
Obg por eu ser o que sou hoje.
Devo grande parte do que sei, do que quero, do que penso, do que sinto e do que sou, a você.

E... até daqui a pouco! ;D"

"Ao 9 de Copas"

Retirado do Nosso Catelo de Cartas.


"Um dia sem inspiração, eu lembro ter ameaçado fechar as portas deste castelo.
Nove de copas discordou. "Mas hômi, nem saiu o dia do 9 de copas ainda..."
Eu lembro ter planejado este dia pra 9/9/9. Mas acabei me atrasando... Um pouquinho só.

Rapaz eu fiquei aqui quebrando cabeça foi muito tempo.
Tentando escrever um texto bonito ao 9 de copas.
Mas eu desisto porque eu nem sou escritor. Talvez esteja no máximo na idéia de um projeto pra um. Kadu é escritor, escreve bem pra caralho. Então nem me importa eu ficar aqui tentando escrever coisas bonitas porque ele vai encontrar erros no meu texto, ah se vai.

Então eu vou fazer que nem aqueles blogueiros amadores (tipo eu), que nem sabem mesmo escrever, e só descem no teclado as palavras que lhe vêem a cabeça.
Tipo assim:

Eu não vou escrever um texto sobre Kadu.
Eu vou mandar um dois parágrafos aqui, no máximo.
Porque se eu fosse escrever um texto sobre Kadu não seria um texto. Seria um livro.

Pra mim, quem é Kadu?
Um anjo? Anjo nada, isso é lenda rural que espalharam por aí. Kadu é muito é gente, e gente boa.
Ele não é anjo, é homem. Porque anjo pra mim, é que te carrega nas costas. E Kadu não carrega ninguém nas costas... (a não ser que esteja subindo o picoto, claro)

Imagine, aquele moleque, gordinho e pequeno, que usa óculos, e apanha de todo mundo.
É... Esse era eu.
Agora imagine um cara grande e forte, careca, com blusa de couro e cara de mal.
É... Esse era Kadu.
E ele era meu amigo.
Agora nem Kadu, deve ter entendido, pois deixe-me explicar.
Quando eu andava só, eu era um completo imbecil, eu apanhava de tudo e sempre tinha a certeza que não podia vencer nada.
Mas se eu andava com Kadu. Eu era invencível.
Eu poia zoar quem eu quisesse, eu podia desafiar quem me desse vontade! E ah... Eu desafiava! Com a certeza de que eu podia vencer eu chamava qualquer um pra brigar, fosse o mais valentão e forte da escola, eu xingava ele, e ia pra pra briga. Porque Kadu estava lá, e eu não podia perder se Kadu estivesse lá comigo.

Mas eu não usava óculos, e Kadu não era careca. Nos sequer estudamos juntos, e eu nunca xinguei o valentão da escola, era tudo uma metáfora.
Uma metáfora, pra que todos pudessem entender, que quando eu estava sozinho, eu não conseguia enfrentar nada, mas quando eu estava com Kadu, eu podia desafiar qualquer coisa, sabendo que ia vencer.
Eu podia desafiar a subida pro picoto, podia desafiar os melhores da rua num jogo de futebol, podia enfrentar qualquer um na sinuca, e se duvidar eu criava até coragem pra dizer pra aquela garota, o quanto eu gostava dela.
Porque com Kadu, eu me sentia como se pudesse vencer qualquer coisa.

Sabe o pior? E que quando eu usava óculos, e Kadu era careca, e eu mexia com o brutamontes da escola, e ia brigar com ele, Kadu nem se metia na briga, só se fosse realmente preciso. Mas ele me deixava brigar sozinho, na maioria das vezes. Eu nunca nem percebi, que quem brigava com o valentão da escola, não era Kadu, era eu. Mas cá entre nós, só a presença de Kadu deixava o cara assustado, e quando ele tava assustado eu podia vencê-lo.

Eu lembro de sempre ser mais alto que Kadu.
Mas pra mim ele sempre foi um gigante.
Mesmo baixinho e magrinho assim, do jeito que ele é.
Pra mim ele sempre foi um gigante.
Eu queria agradecer a Kadu, de verdade.
Eu costumo afirmar, que agradeço a todos os meus amigos por que todos eles são parte de mim.
Porque cada um deles, cada frase, cada sorriso, foi o que me moldou, e me tornou quem eu sou hoje. E eu sou muito grato a todos.
Mas Kadu não. Não é uma frase só, um sorriso só, um pensamento só, não é um pedaçinho só.
Aquele que sou hoje, eu devo pedação a Kadu. Um pedaço tão grande, do tamanho... Do tamanho que se eu estivesse comendo um sanduíche, e viessem e me pedissem um pedaço desse tamanho, eu ia ficar muito puto...
Pois é Kadu, eu sou um pedação, você. Pelo menos minhas costas e meus ombros, são seus. São iguais aos seus. São fortes que nem os seus.
Ou pelo menos eu queria que fossem.
Pra que eu possa aguentar sozinho, metade do peso que você consegue.
Pra que eu possa carregar os outros neles, como você carregou. E nem precisava carregar muito tempo, porque o que você sabia mesmo, era ensina-los a andar.
Eu sou grande Kadu.
Mas eu sempre vou olhar pra você, dos ombros pra baixo.
Porque você vai ser sempre, bem maior que eu.
Nah, nada de parabéns.
Hoje eu digo,

Obrigado.

--

Trinta minutos do segundo tempo. Trinta anos. Mas ele se sentia como se ainda estivesse no começo do jogo. Nunca desista até o último segundo, se desistir, o jogo já acabou.
Ele levanta do banco.
Levantar é bem mais difícil do que parece.
Era final de campeonato, meia hora antes, 1x1 ditava o placar, começo do 2º tempo, acirradíssimo, os dois times lutavam pelam vitória.
Mas tinha um filho da puta chato pra cacete lá, no ataque, correndo desesperadamente, como se aquele jogo valesse a vida dele.
Perderam a bola, contra ataque do time adversário. Como num piscar ele muda de direção e volta loucamente pra defesa, como se pudesse ser ao mesmo tempo atacante, meio de campo, lateral e se duvidar até goleiro, só não valia pegar com as mãos.
Mas valia qualquer outra coisa, valia se jogar no chão, valia correr mais do que suas pernas podiam aguentar, valia chutar a bola pra fora, apesar dele não gostar disso. Só não valia deixar eles fazerem gol. Era 1x1, dava pra ganhar.
A bola cai no chão. Perto dele, ele passou dela, tava correndo muito rápido, era só girar e a bola era a sua, aí era só avançar e fazer o gol. Ele girou.
O joelho não.
O joelho ficou.
E ele ficou no chão.
A dor era tanta que ele nem sabia se gritava, se chorava, se fazia careta, se se contorcia, ou se gritava por "mainha".
A dor do joelho?
Joelho um caralho.
A dor de não conseguir se levantar pra jogar mais.
Levaram ele pro banco, de maca.
Ele ficou sentado lá, vendo o jogo, sem poder fazer nada.
Como se estivesse vendo um jogo do Flamengo, na tv...Doido pra entrar lá dentro, e dar um jeito. Doido pra fazer alguma coisa, mas ele só podia torcer.
Dez, vinte, trinta minutos.
Trinta minutos do segundo tempo. Trinta anos. Mas ele se sentia como se ainda estivesse no começo do jogo. Nunca desista até o último segundo, se desistir, o jogo já acabou.
Ele levanta do banco.
Levantar é bem mais difícil do que parece.
Ele vai jogar.
Todos são contra, seus amigos, seu joelho, sua torcida, e com certeza se sua mãe estivesse ali agora, ela daria umas boas palmadas nele, antes de deixa-lo voltar.
Mas ele voltou.
Ele voltou pro jogo.
Cada passo era como se carregasse uma tonelada na perna. Mas ele corria assim mesmo.
Faltavam 15 minutos.
Mas o que eu não falei ainda, e que já não estava mais 1x1.
Quando ele sentou seu time levou um gol, depois mais um, e mais um.
Agora eram 4x1.
E não me diga que não dava mais pra vencer, porque dava.
Dava sim.
Bola na trave, bola pra frente, bola em jogo.
Gol.
Foi dele?
Não.
Foi de seu time.
Eram 4x2 agora.
Dez minutos
Cinco
Chute ao gol!
Bola do goleiro...
Quatro
Três..
Acabou.
Ele se jogou na grama morto, caído.
Não como um soldado derrotado.
Mas sim como aquele que volta da vitória.
Seu time perdeu, aquele jogo ele perdeu.
Mas para mim, não importa o placar, não importa o adversário.
Ela sempre será um vencedor.

--"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Que as músicas falem por mim #5

"Toda vez que toca o telefone, eu penso que é você.
Toda noite de insônia, eu penso em te escrever
pra dizer que o teu silêncio me agride
e não me agrada ser um calendário do ano passado,
pra dizer que teu crime me cansa,
e não compensa entrar na dança
depois que a música parou...
A música parou... Parou!

Toda vez que toca o telefone, eu penso que é você.
Toda noite de insônia, eu penso em te escrever...
Escrever uma carta definitiva,
que não dê alternativa pra quem lê;
te chamar de carta fora do baralho,
descartar, embaralhar você
e fazer você (e eu) voltar(mos)...
...ao tempo em que nada nos dividia;
havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais.
Era perfeita simetria; éramos duas metades iguais.
O teu meu maior defeito talvez seja a perfeição.
Tuas Minhas virtudes talvez não tenham solução.
Então pegue o telefone ou um avião,
deixa de lado os compromissos marcados,
perdoa o que puder ser perdoado,
e esquece o que não tiver perdão
e vamos voltar àquele lugar...
Vamos voltar...
...ao tempo em que nada nos dividia;
havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais.
Era perfeita simetria; éramos duas metades iguais."

("Perfeita simetria", dos Engenheiros do Hawaii)