sábado, 16 de julho de 2011

Que as músicas falem por mim #18

"Às vezes parecia que, de tanto acreditar
em tudo que achávamos tão certo,
teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais;
faríamos floresta do deserto
e diamantes de pedaços se vidro.

Mas percebo agora que o teu sorriso
vem diferente, quase parecendo te nos ferir...

Não queria te ver assim.
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu e de nada vale fugir
e não sentir mais nada.

Às vezes parecia que era só improvisar
e o mundo então seria um livro aberto.
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
vendendo fácil o que não tinha preço.

Eu sei, é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar,
alguém que depois não use o que eu disse
contra mim.

Nada mais vai me ferir;
é que eu já me acostumei
com a estrada errada que eu segui
e com a minha própria lei.

Tenho o que ficou
e tenho sorte até demais,
como sei que tens também."

("Andréa Dória", Legião Urbana)

Ouça a música:

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desencontro consonantal:

S
a

a u o a u

a u o a u o a u o

a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o a u o a u o a u

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o a u o a u o a u o a u o

a u o a u o a u o a u o a u o a u

a u o a u o a u o a u o a

a u o a u o a u o

a u o a u

a

B
_________
Não é para todo mundo entender.
Essa é uma poesia que eu fiz para você.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Que as músicas falem por mim #17

"Desde que ela foi embora nada mais funcionou.
O galo canta muito antes da aurora
e a roupa ainda não secou.
Mesmo a lua que brilhava lá fora
uma nuvem de chumbo apagou.
O apito do guarda noturno assopra
só pra me lembrar que acabou.
O muro separa o mundo lá fora.
A água do poço secou.
O vidro embassa se meus lábios encostam
num beijo que não me tocou.

Diga que é pra ela voltar,
que
sem ela eu não passo nada bem,
que duas pessoas não deixam de amar,
que uma pessoa só não conta, que uma pessoa só não é ninguém.


Escuto um barulho num silêncio que chora;
não reconheço esse som.
Não ouço o riso que ouvia outrora,
pois seu sorriso ela levou.
Eu entro sozinho e fecho a porta,
acendo a luz e não encontro mais ninguém.
Os móveis antigos que morrem na sala
estão só pra me lembrar que acabou.

Diga que é pra ela voltar,
que
sem ela eu não passo nada bem,
que duas pessoas não deixam de amar,
que uma pessoa só não conta, que uma pessoa só não é ninguém.
Não é ninguém
."

("Pra ela voltar", de Nando Reis)


Ouça, com o player abaixo: