segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

36, oras!

Essa questão de tempo é muito relativa. Sempre foi! Eu não nasci sabendo disso, mas sei desde que nasci. Até para nascer, o tempo nos é relativo. É de conhecimento geral que, para nascer, passamos por nove meses de gestação. Mas, mesmo com esse conhecimento do senso comum, minha irmã mais nova nasceu de oito meses, tantas outras crianças de sete, outras de seis... Enfim! O tempo que se leva da gestação até o nascimento é relativo.

Em qualquer "instância" em que se tome o tempo, estará lá a relatividade. Um segundo é quase nada. Em um segundo eu não escovo meus dentes, não troco de roupa, não faço um café. Ainda que muita gente responda "Um segundo...", quando alguém lhe pede algo, em um segundo não se faz muito. Ou seja, um segundo é quase nada. Será? Vai dizer isso pro atleta dos 100m rasos, que perdeu o ouro porque chegou menos que um segundo atrás do primeiro colocado.

Um minuto. Isso vai ser pouco se eu quiser revisar a prova, arrumar meu quarto ou escrever uma matéria. Mas, "um minuto" me lembra quando eu e uns amigos de curso (Jornalismo), visitamos uma tevê da cidade e a funcionária responsável pela programação televisiva nos disse: "Um minuto parece pouco, né? Na tevê é uma eternidade. No rádio é mais que isso". Ou seja, um segundo, um minuto... o tempo é relativo.

E não importa se é uma hora, um dia, uma semana, um mês. Uma hora é pouco se eu estiver me divertindo e pode ser muito se eu estiver fazendo um trabalho chato. Em um dia, o sol gira ao redor da Terra (gira?), mas não dou a volta na cidade a pé. Uma semana passa voando se no domingo seguinte as férias forem acabar, mas se arrasta se for a última do semestre letivo. Um mês tem trinta dias de todo jeito, mas, a depender do que aconteça, de como estejamos, pode parecer ter três ou trezentos.

O tempo é, todo ele, e sempre, relativo. E não venha dizer que não é assim. É, sim! E em qualquer circunstância, boa ou má. É assim no trabalho, no estudo, no lazer, no descanso. E é, mais ainda, para quem sente saudade. Para quem sente saudade, o tempo é relativizado aos píncaros (tsc, tsc). Para quem sente saudade... O segundo de um olhar. Um minuto de mãos dadas. Uma hora de conversa. Um dia todo junto. Um mês se vendo sempre. Um ano morando junto. Uma vida compartilhada.

O tempo é relativo, mas sejamos pragmáticos. Foram só 36 horas sem te ver. Foram intermináveis 36 horas sem ver, sem estar perto, sem tocar, sem sentir o cheiro. 36 longas e angustiantes horas, em que o tempo não parecia passar, em que o dia não escurecia (parecia já estar escuro), em que a vida insistia em não andar. Um dia e meio, que é pouco para construir uma casa, para organizar um time, para estruturar uma vida, mas, para quem ama e se vê perdendo e sendo perdido, é muito tempo. Afinal, isso é saudade! E não foram 36 anos. Mas, também não foram 36 segundos. Mas, não importa. Foram 36, oras!

2 comentários:

Sayonara Rodrigues disse...

Desde quando você se importa com o tempo. Afinal, ele é relativo!!
Gostei do texto!

Beijo! Boa tarde de trabalho!

Cadu Vieira disse...

Não é que eu me importe. Talvez ele é que se importe comigo. Eu, no máximo, acho que dou a importância que ele merece. E isso vai depender muito das circunstâncias - se eu vou tentar uma cesta de três pontos a um segundo do fim de uma partida de basquete, ou se vou cobrar um penalti faltando cinco minutos para acabar uma partida de futebol; já conversamos sobre isso (sorriso).

Beijo! Bons dias!