quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Poema inacabado" ou "Até o fim"

De cenho franzido,
cabelo comprido,
abrindo sorriso,
num corpo franzino.

A face quieta,
a mente aberta,
atitude esperta,
abstrata e concreta.

Olhar indo ao longe,
qual fé de um monge,
que dELE não esconde
os vales e os montes.

Ela não é de vidro,
e nem porcelana -
se doi, ela chora;
se corta, ela sangra.

Voz limpando ouvidos,
olhos brilhando limpos,
e, quando séria, um mito,
num espaço, um olimpo.

Os gestos suaves,
as mãos pelos ares,
cessando os males,
com poucos olhares.

Dedos já laçados,
os braços cruzados,
são fés e abraços...
me deixam calado.

O sorriso inefável
desfaz-se amável.
Parece improvável...
É tudo mutável.

Ela anda bonito,
sacodindo verdades,
acenando sorrisos,
calejando maldades.

Vai passando por mim,
fechando a porta da vida,
me sorri de soslaio.
É o fim. A despedida!

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