quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tristeza Pueril

.....Não era triste o menino. Estava. O sorriso de outrora, em dias de chuva ou sol, se dissipara. Mas ninguém entendia por que ou como acontecera. E a pergunta mais recorrente era: "Seria justo?". O pior é que, além de ninguém entender aquela tristeza corrosiva que escorria pelo rosto do menino, ele próprio não entendia. Sentia, mas não entendia.
.....De quando em vez, gostava de se deixar ficar sentado debaixo duma árvore, olhando pro nada - um nada quase palpável. Certa feita, numa dessas contemplações ao nada, deu-se a queda duma folha - leve, lenta, suave. E, sem que se imagine como, o menino pareceu assimilar sua tristeza. Assimilá-la e entendê-la. E, então, a supôs maior e mais impiedosa do que todos julgavam. As folhas estavam caindo. Todas. Aos poucos. Já era outono.
.....Agora já era fim de tarde. O sol já era engolido pelo horizonte vermelho. O cenário ainda mostrava a árvore, e, a essa altura, várias folhas caíam. O ambiente não se mostrava triste. Era bonito. O menino não estava mais lá. Nem a tristeza.

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