domingo, 10 de maio de 2009

Soneto do órfão à sua mãe

Quando da primeira aurora eu surgi,
crepusculei o seio maternal
da melhor mulher, num sopro mortal.
Por que, minha mãe amada, partir?

Não entendo ainda o porquê da fuga,
porque sozinho me deixaste aqui,
neste mundo que ‘inda não conheci
e que, mesmo assim, minha vida ofusca.

Penso em ti sempre, sem tua face ver.
Nas noites choro por me achar sozinho.
Indago a Deus por quê, o que eu fiz,

para merecer o pão sem o vinho,
e ter que, sem minha mãe, ser feliz.
Sinto que sem ela não há viver.

2 comentários:

Karina de Holanda Rodrigues disse...

Eu já devo ter comentado esse texto em outra ocasião, não foi? Com certeza você não lembra, mas... É impressionante como você é tão bom com as palavras e com os sentimentos, e com a junção deles, que mesmo utilizando palavras não corriqueiras e o uso correto da conjugação verbal, mesmo assim a combinação sentimento/palavras fica singular... E eu fico assim, com vontade de reler, reler, e reler...
Sou sua fã!
Beijo!

P.S Nesse tipo de texto você fica mais parecido com o que as pessoas costumam chamar de Poeta. Mas eu gosto mais ainda do menino que faz escritos.

Cadu Vieira disse...

Bom, eu lembrava que você já tinha comentado sobre esse escrito; só não lembro o que comentou...
E imagino que se deva a isso que você citou no PS o fato de eu não ter escrito outros sonetos (sorriso)...
Beijo! Bons dias!