"Quando eu ouço as canções leio os escritos que eu fiz pra você,o tempo vem dizero que o tempo deve ser.O espaço em que agora o meu passo chegarvai dizer:- amanhã já é outro lugarEu juro que é melhor, enfim.Eu juro: vai ser melhor assim.Eu já não ligo mais para você,hoje não canto,não falo, não saio, não durmo bem.Os tênues fios que me ligam a você estão hoje em prantose, no entanto, arriscamos tanto nos envolver.Desligo você.Nus, Nos deslizamos.Pra que te esquecerse o amor é tanto?Existo em vocêpor louco engano."
("Dois lados da canção", de Graveola e o Lixo Polifônico)
A vida vai passando,feito passarinho,devagarzinho,de mansinho.De repente ela acorda,acelera ligeiro,feito carteirosem dinheiro.E, perigosa, ela te mostraque tudo é muito urgente:a alegria e os dias da gente,a dor e o amor que a gente sente.É complicado entender tudo.Mas, só para saber, então, direito,o que a vida, nessa urgência, te tem feito,vou dizer tudo, agora, do meu jeito.A vida tá te deixando bonita.E eu cá do meu lado admirando.A vida tá te fazendo madura.E eu cá do meu lado aprendendo.A vida tá te ensinando amores.E eu cá do meu lado amando.A vida tá te fechando os cortes.E eu cá do meu lado sarando.A vida tá te pondo os seus sóis.E eu cá do meu lado sublimando.A vida tá te pondo distante.E eu cá do meu lado aproximando.A vida tá te dizendo "bons dias".E eu cá do meu lado calando.A vida tá te escrevendo poesias.E eu cá do meu lado assinando.