segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quando eu era criança...

Quando eu era criança, minhas mãos e meus pés eram fofinhos...

Quando eu era criança, tinha certeza do que eu queria e não me PREocupava com muita coisa; eu era seguro da minha vida, do meu mundo, e não entendia as pessoas grandes.

Quando eu era criança, não compreendia por que precisávamos ligar tanto a nossa vida à ideia de tempo; não queria tomar tantos banhos, nem comer todas as verduras do prato.

Quando eu era criança, estudava em meio às brincadeiras e brincava em meio aos estudos.

Quando eu era criança, ia gostando das meninas, mesmo que parecesse nojento beijá-las.

Quando eu era criança, me apaixonava forte, me desapaixonava fácil, amava profundamente, e queria sempre amigos por perto.

Quando eu era criança, assumia responsabilidades, passava em vestibulares, realizava sonhos, procurava emprego, estudava na UFC e na UFPB.

Quando eu era criança, convidava pessoas, unia-as, sorria vendo-as unidas e sorrindo...

Quando eu era criança, acampava no PICOTO e era feliz...

Quando eu era criança...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aprende, Brasil: cada um com seu cada qual

Há três meses deposto da presidência de Honduras, e depois de ter sido preso, em 28 de junho, em sua própria residência e exilado na Costa Rica, Manuel Zelaya segue tentando, “na marra”, reassumir o poder que lhe foi tirado numa ação conjunta de militares, congresso e suprema corte hondurenhos. A sua “cabine de comando”, de onde arquiteta os meios para a retomada, é a nossa casa em Honduras: a embaixada brasileira. Depois de alguns telefonemas, a diplomacia brasileira abriu suas portas para o presidente deposto, cobriu-o com nossa bandeira e, agora, a nação verde-amarela encontra-se em meio a um conflito diplomático do qual podia, na pior das hipóteses, ser apenas um espectador atuante, e não protagonista.

Zelaya é acusado de tentar ferir a constituição hondurenha, com o suposto interesse de conseguir reeleição presidencial, o que, neste país, é expressamente proibido. Mas o que tudo indica é que a sua idéia era a convocação de um plebiscito onde a voz do povo decidiria se poderia ou não haver a tal mudança na constituição. Mesmo assim, Zelaya não escapou de um golpe que o tirou do poder e colocou, interinamente, Roberto Micheletti no cargo de presidente.


Mas a parte que nos cabe neste latifúndio é esperar os próximos capítulos desta peça e ver que atitudes os embaixadores brasileiros tomarão daqui pra frente. A decisão mais acertada, de início, talvez fosse a de assistir ao espetáculo sentado na platéia. Mas, já que entrou na dança, o Brasil, o bem intencionado de plantão, tem agora a chance de mostrar o quão bom negociador pode ser em tratados internacionais. E que consiga fazer isso sem ferir e sem sair machucado. Que bom será se, quando isso acabar, nossos representantes voltarem a olhar pro umbigo da nossa própria nação! E, a partir de então, cada um com seu cada qual! Que assim seja!